domingo, 17 de fevereiro de 2008

As cheias


As cheias são fenómenos naturais de origem climática, normalmente temporários, provocados por precipitações muito intensas ou moderadas, mas persistentes. Este excesso de precipitação origina uma subida do caudal dos rios, inundando as margens e as áreas que o circulam. Em algumas zonas do mundo originam-se cheias devido ao derretimento de calotes de gelo. O menos mau deste fenómeno é o facto de ser facilmente observado através da meteorologia, prevendo-se a sua existência.
As cheias têm alguns efeitos, normalmente agrupados em:


efeitos directos:

evacuação e desalojamento de pessoas,


isolamento de povoações,


danificação de campos agrícolas e explorações pecuárias e danificação/submersão de estradas e infra-estruturas,


interrupção de fornecimento de serviços ou bens essenciais, etc...


efeitos indirectos:


perda da produção de actividade,


afectação das actividades a nível social e económico e a afectação do meio ambiente.


Existem algumas formas de prevenção dos efeitos das cheias como o aviso prévio da população e preparação de acções socorristas. A prevenção das cheias efectua-se através de duas componentes:

a previsão, para a possível antecipação das acções das cheias e a monitorização, onde se permite detectar o grau de gravidade da situação. Em Portugal as situações de cheias encontram-se associadas às condições atmosféricas instáveis que ocorrem, no nosso pais, geralmente no Outono, Inverno e na Primavera. As inundações no nosso país ocorrem principalmente nas bacias hidrográficas dos grandes e médios rios. Os mais afectados são o Tejo, o Douro e o Sado, estes têm um grande historial de cheias.


Algumas das ocorrências mais graves são:

1909 no rio Douro onde foi atingido o recorde máximo de caudal (16700 m3/s);


1948 conhecidas por terem sido as mais generalizadas, ocorrendo em praticamente todos os rios portugueses;


1983 no rio Tejo onde morreu uma dezena de pessoas, 610 casas foram destruídas;


1997 no baixo Alentejo morrendo 11 pessoas e em 2001 no rio Mondego.

A rede hidrográfica

Na distribuição da rede hidrográfica volta a notar-se a maior importância no norte do Continente relativamente ao sul. As características da rede hidrográfica estão ligadas à natureza das rochas, acidentes tectónicos e tipos de clima das áreas atravessadas. Os cursos de água, instalando-se ao longo de zonas de fractura são um traço muito marcante do modelado granítico, especialmente no norte do Continente. O regime dos rios reflecte as variações da pluviosidade, quer no seu total anual, quer nas suas variações estacionais. Por isso, os rios que correm em Portugal Continental têm um regime de enorme irregularidade. Durante o Inverno, quando o País é atravessado por ‘rosários de frentes’ que provocam forte e, por vezes, prolongada precipitação, os rios ‘sobem’, podendo ocorrer cheias mais ou menos importantes. Um facto de capital importância para as pessoas e sua economia é o da subida repentina das águas, que, em poucas horas, podem elevar-se umas duas dezenas de metros nas gargantas, causando cheias catastróficas; embora com a expansão das barragens este fenómeno se verifique com menos frequência e em menor escala, ainda subsiste. No Verão, as precipitações escasseiam e a evaporação aumenta: o caudal diminui tanto mais quanto mais a sul se situam os rios, podendo ficar reduzidos a uma sucessão de charcos.Os rios que correm a Oeste, nomeadamente a norte do Mondego, contrastam, pelos seus caudais maiores e mais regulares ao longo do ano, com os rios que circulam a leste e a sul,em áreas de menor queda de chuva e mais forte evaporação: aqueles pertencem ao regime atlântico; estes, ao mediterrânico; mas uns e outros sofrem enormes variações – anuais e estacionais – pelo que vários especialistas consideram os rios portugueses como aqueles em que “o valor da oscilação do nível das águas se conta entre os mais acentuados da Europa”.Os rios que marcam mais profundamente o território continental são todos internacionais; as suas águas, em percursos de diferente importância limitam troços de fronteira. O único ‘grande’ rio correndo exclusivamente em Portugal é o Mondego (220km de comprimento).Nas Ilhas, devido à sua pequenez e aos imponentes relevos, centrais e marcadamente paralelos às costas mais alongadas, os rios permanentes são curtos, por vezes com importantes quedas de água; os de regime efémero têm, com muita frequência, registos torrenciais, de acordo com as chuvadas que fustigam os arquipélagos, principalmente no outono.

Modos de transporte


As correntes de água transportam substâncias das seguintes maneiras:

1 - Solução: são transportados por solução os constituintes das rochas que podem ser solubilizados. São carregados pelas águas superficiais ou pelas águas subterrâneas para os rios e lagos e, por fim para os oceanos. A carga solúvel de um rio é produto da área drenada pelo mesmo e por seus afluentes.
2 - Suspensão: ocorre quando a intensidade de turbulência e a velocidade são maiores, que a velocidade de assentamento das partículas sedimentares. Quanto maior for a velocidade de um rio, tanto maior será sua capacidade de manter e transportar partículas em suspensão. A carga de um rio é constituída por partículas que variam em forma, tamanho e densidade. As partículas susceptíveis de serem levadas por suspensão são as menos densas, as menores e, as menos esféricas. Disto se conclui, que a carga em suspensão será governada pela densidade, tamanho e esferecidade das partículas.
3 - Tração: normalmente são transportados por tração aquelas partículas grosseiras, as quais descrevem seu caminho no, ou próximo ao fundo dos rios. O transporte por tração pode ser dividido em:
rolamento,
saltitação,
escorregamento.

Termos especificos

Rio: curso de água que se forma naturalmente, alimentado pelas águas subterrâneas (fontes), pelas chuvas ou, ainda, pelo derretimento das geleiras nas montanhas. Raramente secam.


Nascente: lugar onde o rio "nasce" ou se forma (fonte, ponto de confluência de vários cursos de água, extremidade inferior de uma geleira).


Bacia hidrográfica: conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes.


















Leito: sulco (escavado pelas águas) que orienta o curso do rio.



Descarga ou debito fluvial: quantidade de água que passa em determinado ponto do rio numa unidade de tempo. O rio Amazonas, por exemplo, tem uma descarga de 180.000 m³/s; isso significa que, no momento e no ponto em que foi efetuada a medida, passava esse numero de metros cúbicos de água a cada segundo. Naturalmente, a descarga varia, no mesmo rio, de um ponto para outro; assim, pode-se distinguir entre uma descarga mínima (de seca), uma maxima (de cheia) e uma media. De qualquer modo, porem, quando se fala simplesmente em descarga entende-se a "descarga" media, medida na foz ou desembocadura do rio.









Afluente: curso de água que desemboca no rio principal.

Foz: ponto em que o rio desemboca no mar.

Barragens


VANTAGENS
Produção de energia Hidroeléctrica Regularização dos Caudais
* Prevenir Cheias
* Amenizar as secas
Aproveitamento das Albufeiras para fins turísticos
DESVANTAGENS
Impactes na fauna e na flora locais
Constituição de Reserva Hídricas Povoações submersas, leva à deslocação da população
EX DE TIPOS DE BARRAGENS.
Desenho esquemático de um perfil tipo de uma barragem de gravidade


Desenho esquemático de um perfil tipo de uma barragem de contrafortes



Desenho esquemático de um perfil tipo de uma barragem de arco - gravidade


Desenho esquemático de um perfil tipo de uma barragem de arco - abóboda


Desenho esquemático de um perfil tipo de uma barragemde aterro



Barragem de castelo de Bode, é uma das mais importante barragens portuguesas.
O princípio de funcionamento destas centrais é muito simples.
Consiste em converter a energia mecânica existente num curso de água, como um rio, em energia eléctrica, que pode ser transportada em grandes distâncias e finalmente usada em nossas casas.
Para aumentar o potencial do curso de água, constroem-se barragens, cujo propósito é reter a maior quantidade de água possível e criar um desnível acentuado.
Recentemente, a energia da água em sido aproveitada por mini ou micro hídricas. Estas são pequenos açudes ou barragens, que desviam uma parte do caudal do rio devolvendo-o num local desnivelado (onde estão instaladas turbinas), e produzindo, assim, electricidade.
Actualmente, uma parte significativa da energia eléctrica consumida em Portugal tem origem hídrica.
No entanto, é preciso não esquecer que a produção deste tipo de energia está directamente dependente da chuva.

Dinâmica de uma Bacia Hidrográfica

A principal característica dos rios é terem apenas um sentido, encosta abaixo através do seu leito (a superfície sobre a qual escoa a corrente de agua).
Os rios têm origem numa nascente, seguem as linhas de maior declive, formando um canal de escoamento e vão ganhando força quando os afluentes se juntam e o caudal (quantidade de água que passa por uma determinada secção, em cada segundo) aumenta, dando origem a cursos de água mais largos.
Mas até chegar aos leitos dos rios, a água percorre todo um importante caminho...
Nas regiões de regime irregular, como resultado das oscilações do caudal, o leito do rio pode apresentar extensões diferentes ao longo do ano.

Os diferentes tipos de leito estão associados a situações de:
CHEIA, que habitualmente ocorre em períodos do ano de concentrada precipitação, em que o rio transborda das suas margens, inundando as áreas próximas e ocupando o seu leito de inundação.
ESTIAGEM, quando a precipitação escasseia e a evaporação aumenta, fazendo com que o caudal dos cursos de água diminua, ficando o leito reduzido ao leito de estiagem ou mesmo se extinga por completo.

Bacia Hidrográfica ou de drenagem



Uma bacia hidrográfica ou Bacia de drenagem de um curso de água é o conjunto de terras que fazem a drenagem da água das precipitações para esse curso de água. É uma área geográfica e, como tal, mede-se em km².
A formação da bacia hidrográfica dá-se através dos desníveis dos terrenos que orientam os cursos da água, sempre das áreas mais altas para as mais baixas.
Essa área é limitada por um divisor de águas que a separa das bacias adjacentes e que pode ser determinado nas cartas topográficas. As águas superficiais, originárias de qualquer ponto da área delimitada pelo divisor, saem da bacia passando pela seção definida e a água que precipita fora da área da bacia não contribui para o escoamento na seção considerada. Assim, o conceito de Bacia Hidrográfica pode ser entendido através de dois aspectos:
Rede Hidrográfica e Relevo.
Em qualquer mapa geográfico as terras podem ser subdivididas nas bacias hidrográficas dos vários rios.
Catalogações de especialistas em geografia, de acordo com a maneira como fluem as águas, classificam as bacias hidrográficas em:
Exorréicas, quando as águas drenam direto para o mar;
Endorréicas, quando as águas caem em um lago ou mar fechado;
Arréicas, quando as águas se escoam alimentando os lençóis freáticos;
Criptorréica, quando o rio se infiltra no solo sem alimentar lençóis freáticos ou evapora;