domingo, 17 de fevereiro de 2008

A rede hidrográfica

Na distribuição da rede hidrográfica volta a notar-se a maior importância no norte do Continente relativamente ao sul. As características da rede hidrográfica estão ligadas à natureza das rochas, acidentes tectónicos e tipos de clima das áreas atravessadas. Os cursos de água, instalando-se ao longo de zonas de fractura são um traço muito marcante do modelado granítico, especialmente no norte do Continente. O regime dos rios reflecte as variações da pluviosidade, quer no seu total anual, quer nas suas variações estacionais. Por isso, os rios que correm em Portugal Continental têm um regime de enorme irregularidade. Durante o Inverno, quando o País é atravessado por ‘rosários de frentes’ que provocam forte e, por vezes, prolongada precipitação, os rios ‘sobem’, podendo ocorrer cheias mais ou menos importantes. Um facto de capital importância para as pessoas e sua economia é o da subida repentina das águas, que, em poucas horas, podem elevar-se umas duas dezenas de metros nas gargantas, causando cheias catastróficas; embora com a expansão das barragens este fenómeno se verifique com menos frequência e em menor escala, ainda subsiste. No Verão, as precipitações escasseiam e a evaporação aumenta: o caudal diminui tanto mais quanto mais a sul se situam os rios, podendo ficar reduzidos a uma sucessão de charcos.Os rios que correm a Oeste, nomeadamente a norte do Mondego, contrastam, pelos seus caudais maiores e mais regulares ao longo do ano, com os rios que circulam a leste e a sul,em áreas de menor queda de chuva e mais forte evaporação: aqueles pertencem ao regime atlântico; estes, ao mediterrânico; mas uns e outros sofrem enormes variações – anuais e estacionais – pelo que vários especialistas consideram os rios portugueses como aqueles em que “o valor da oscilação do nível das águas se conta entre os mais acentuados da Europa”.Os rios que marcam mais profundamente o território continental são todos internacionais; as suas águas, em percursos de diferente importância limitam troços de fronteira. O único ‘grande’ rio correndo exclusivamente em Portugal é o Mondego (220km de comprimento).Nas Ilhas, devido à sua pequenez e aos imponentes relevos, centrais e marcadamente paralelos às costas mais alongadas, os rios permanentes são curtos, por vezes com importantes quedas de água; os de regime efémero têm, com muita frequência, registos torrenciais, de acordo com as chuvadas que fustigam os arquipélagos, principalmente no outono.

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